Tchad D1/40
Sep 1, 2023
Estamos finalmente no Hospital Adventista do Béré. Acabei de pensar em inglês pra escrever isso (We're finally at the ...) porque acabei de vir de um culto de pôr-do-sol em inglês, mas depois preferi escrever tudo em português pra não correr o risco de mudar no meio. A verdade é que ontem e hoje lutei o tempo todo com o interruptor de idiomas na minha cabeça. Converso em português com papai, escuto algumas pessoas falando em francês, e outras em inglês, e na hora de ir falar acabo soltando tudo misturado. Já falei aqui, eu acho, mas até chinês entra na frente (Wō shí, tā shí, wôde pāpa). Vou começar pelo início.
4:50
Estou na pousada da CCDM, aguardando o motorista Laurent nos levar até a rodoviária ou ponto de ônibus. Estou na área comum dos quartos onde tem umas mesas, bancos o poltronas. Apesar de não estar tão quente, sentimos o calor ao sair do quarto c ar condicionado a 22⁰C. Ouço galos cantando e passarinhos começando seu canto matinal. A parte de fora desse prédio dos quartos tem um pátio de chão de terra, outro prédio desse, de tijolos de barro, e uns containers onde tem inclusive a recepção. Papai foi pra essa área externa sozinho, ainda escuro, enquanto eu espero aqui dentro. Mesmo sem ter saído, sou recebido pelo primeiro mosquito desde o início da viagem. Passo o repelente. Ali fora, papai faz filmagens do local. Pensei em lembrá-lo do perigo de filmar, mas acho que aqui dentro está seguro e vou deixá-lo em paz dessa vez. Agora, quase 5h, escuto uma chamada talvez em árabe num altofalante alto e com ruído estilo megafone, talvez originado de uma mesquita chamando os muçulmanos pra primeira oração do dia. Posso estar errado porque é muito cedo, então não sei. Enviei Whatsapp pta Nadia, que disse que Laurent provavelmente vai buscar ela primeiro, e combinou às 5h, então deve passar aqui depois que buscá-la.
O dia começou cedo. 4 da manhã acordamos e nos arrumamos pra Laurent nos buscar. Às 5 e pouca ele passou, encontramos a Daria, ele colocou nossas malas no bagageiro, que já não dava pra fechar com tantas malas, só amarrado pra manter aberto pras malas não caírem. Saímos no escuro, papai foi na frente e eu e Nadia atrás. Mostrei pra ela fotos da minha família, de Evinha e de Yarin. Chegamos de madrugada à rodoviária, que já estava com vários ônibus e passageiros. Muitas crianças vendendo coisas de comer como amendoim dentro de garrafas pet, nos abordando. Deixamos as malas pro motorista embarcar e segui Nadia direto pro balcão de passagens e paguei a minha e a do papai. No informe disseram que era 9.000, mas dei 10.000 e não veio troco. Deve ter aumentado. Achei ótimo ter colocado as fitinhas verdes nas bagagens, assim fica bem claro quais são as nossas malas. Papai resolveu levar o mochilão em cima, mas depois que embarcamos e ela não coube no compartimento superior, ele teve que carregar ela no colo e se arrependeu, mas já estava muito confuso pra pedir pro motorista em francês pra abrir o bagageiro novamente. Daria, que estava sendo nossa intérprete, já estava sentada.
Ofereci levar pra ele mas não aceitou. No fim isso foi bom, vou explicar já já. Eu estava esperando que a estrada asfaltada fosse só o primeiro quilômetro, só o comecinho, como vi no relato de uns americanos que vieram no começo deste ano. Mas pra minha surpresa, foi asfaltado durante todo o trajeto até Kélo, somente com um trecho mais esburacado talvez entre a 2ª e 3ªs horas. Mas sempre com asfalto. Saímos 5:30 da manhã de N'Djamena. Umas 6:30 da manhã o ônibus parou e entraram acho que 2 militares e um deles, mais jovem, pediu pra eu e outros jovens/homens descerem do ônibus pra checagem. Eu não entendi nada, mas vi todo mundo descendo. Nadia explicou que eles queriam me revistar pra ter certeza de que eu não estava carregando nenhuma arma. Ok. Tensãozinha básica por estar sem meu passaporte, mas confiante porque os outros (Remadji, Nadia e Staci) falaram que bastava a cópia ou outro documento brasileiro. Levantei com minha mochila, que estava no colo. Foi bom porque se tivesse que explicar as coisas na mochila do papai talvez ia ficar enrolado, além dela ser bem maior e com mais coisas. Eu tentei descer pela frente do ônibus mas teria que passar pelo soldado e ele não estava me dando passagem, eu não entendia por quê. Nadia disse que tinha outra saída pelo meio. Logo olhei e vi. O soldado queria que eu usasse aquela. Ainda bem que ela estava ali pra traduzir. Bom, lá embaixo um outro foi abrindo cada ziper da mochila e olhando o conteúdo. Tinha um notebook velho e a pasta com documentos na parte das costas, ele nem pediu pra tirar. Olhou o ziper pequeno onde eu tinha minha carteira com documentos e alguns pendrives e conexões de USB. Eu falei "documants", porque se ele quisesse eu mostrava ou minha CNH ou minha carteira do CRM, mas ele não quis ver. Depois na parte grande eu tinha 2 bolsas menores, além de 4 caixas de Malarone. Ele viu cada uma. Mochilinha com roupa de frio caso precisasse. Bolsinha com itens de higiene pessoal, medicamentos e micropore dentro. Na lateral da bolsinha eu tinha guardado 2 notas de 10.000 francos, mas ele não abriu essa parte. Fora esse dinheiro só tinha notas menores dentro da carteira de documento, e todos os dólares guardados num envelope na pasta. Depois as outras partes só com carregadores, sabonete, carimbos e canetas. Ele perguntou se eu era "docteur" eu respondi que sim. Aí ele disse "ça bon" e me mandou voltar. Aí o soldado que tinha me mandado descer virou pra mim e falou "Carte!" como se estivesse pedindo minha "carte d'identidad" julgo eu. Aí o outro falou "ça bon, ça bon" indicando pra eu seguir. Continuei e subi no ônibus, passando por outro que estava na porta e só falou "ça bon" me dando passagem. Ufa! Foi o momento mais tenso do dia, eu acho. Papai, em cima, só olhava pra porta sem entender o que estava acontecendo. Expliquei. Depois seguimos a viagem e eu fiquei imaginando que de hora em hora teria uma blitz daquela, mas foi a única. O interior do ônibus era todo decorado de panos vermelho e laranja com franja, pendurados como cortinas pras janelas e enfeitando as bordas do bagageiro acima dos assentos. Nadia disse que nas casas das pessoas em Béré, eles penduram esses panos como enfeite, especialmente nas pessoas com mais condições financeiras. O ônibus seguia buzinando com frequência e logo entendi que era pra avisar pras pessoas saírem da pista quando tinha pedestres, ou mesmo antes de ultrapassagens pra alertar. Eu e papai estávamos sentados do lado esquerdo, mais ou menos na 4ª ou 5ª fileira, e Nádia tinha ido do lado direito uns 3 assentos pra trás, onde uma mulher sentou do lado dela. À minha frente à direita, um senhor ia com sua muleta feita de madeira com aspecto de ter sido talhada à mão. Atrás dele um casal, e atrás de nós 2 crianças (que vomitaram no chão, perto do final da viagem). Acho que a maioria dos passageiros era homem, mas tinha algumas mulheres também. À nossa frente tinha um relógio digital no teto, com números vermelhos, marcando a hora, o que ajudou muito a manter controle do tempo, e no meio também no teto, havia uma televisão pequena parecendo estilo antiga, de tubo. Deu pra ver quando ele ligou a mídia que tinha 65 itens. Foram tocando um a um, com um marcador no topo (13/65, 15/65 etc.) além da contagem de minutos de cada vídeo. Fiquei olhando pra ver se ia repetir mas não repetiu, alguns eram de 6 minutos, mas outros eram bem longos, como os filmes. Começou com alguns clipes musicais com música árabe eu acho. Teve bastantes artistas africanos cantando e tocando, violino, banda. Gravei um áudio pra Yarin só pro som sair no fundo e ficar guardado. Depois passaram uns clipes de comédia (esqueci o nome, era algo como Abagen Comedien) parecia ser em árabe o áudio, mas com textos de crédito em Francês. Passou um filme de luta chinês (tipo Shaolin talvez?) e também um filme baseado em fatos reais de um ataque à embaixada americana na Líbia. Áudio em francês nos dois. Ligaram o ar condicionado, e algumas pessoas fecharam porque estava fresco. Chegou até a chover durante 1 hora da viagem talvez. Nós não conseguíamos fechar porque não tinha a abinha de plástico. Lá pro meio da viagem, papai enfiou um plástico de insulfilm da mala lá e bloqueou a saída de ar do lado dele.
Um pouco antes diso, papai estava dormindo; vi que ele estava com frio (antes de conseguirmos fechar o ar) e coloquei uma blusa de frio minha em cima dele. Na mesma hora ele acordou e foi pegar a manta da mochila dele. Tipo, não, não precisa cuidar de mim, eu que cuido de você. Aí pegou a manta que estava enrolada na bolsinha, e ficou com pena de abrir, porque ia dar trabalho pra guardar. Kkk. Enfim, acho que foi logo depois disso que ele teve a ideia de fechar o buraco com plástico de insulfilm.
Bom, quando eram umas 3h e meia de viagem, o ônibus parou e o rapaz que estava na frente perto do motorista anunciou algo. Alguns passageiros desceram e foram urinar nos arbustos. Nadia explicou que era pra isso que tinha parado. Parece que também vi alguns homens agachados talvez defecando. Logo subiram e seguimos viagem. Mais pra frente paramos em Bongor, e ali foi uma parada maior de 15-20 minutos, e papai conseguiu encaixar o mochilão no compartimento superior pra poder viajar o restante sem peso no colo. Ali tinha gente vendendo frutas, e um banheiro com buraco no chão que era cobrado 50 francos pra usar. Nadia se ofereceu de pagar pra gente, imaginando que não tínhamos moeda, mas na verdade tínhamos uma moeda de 100 graças ao troco da guesrhouse CCDM. Mas no fim nem eu nem papai queríamos ir ao banheiro. Então ficamos esperando e depois seguimos viagem. Enfim o rapaz anunciou a chegada a Kélo, depois de 7 horas de viagem, umas 12:30. Eu vinha acompanhando de vez em quando pelo GPS do celular (mapas baixados para uso offline com o Google Maps), então já tinha visto que estava chegando. Apesar de que havia internet em vários pontos da estrada.
(agora 23:46, enquanto escrevo, escutei o barulho de moto chegando perto da casa, e estou me perguntando se é alguma emergência cirúrgica, Dra Staci falou que podia ter. Deve ser difícil ficar de sobreaviso 24h por dia 7 dias por semana.)
Bom, chegamos a Kélo, e lá as malas desceram e uns rapazes com uniforme de mototaxi foram logo levando elas pra uma área de embarque das motos. Daria estava organizando tudo com o Christian, do mototaxi. Ele estava organizando 4 motos pra nos levar, e estava tendo uma discussão que durou alguns minutos; parecia que estavam competindo pra ver quem levava a gente. Finalmente tudo se acertou. Uma moto foi comigo, minha mochila, minha mala e um saco de pão (encomenda do próprio mototaxista), outra com papai, o saco dele deitado atrás e a pasta dele, outro com Nadia e uma mala eu acho, e outro bem carregado com 2 malas grandes e uma caixa plástica grande dela também. Abasteceram as motos em uma pequena barraca na beira da estrada onde um senhor com roupa árabe vendia combustível em garrafas de vinho.
Logo no começo, vi que era muita água na estrada. O rapaz com as malas chegou a tombar com o peso, bem durante uma poça, com as malas caindo um lado na água. Levantou, ajeitou e seguiu. A minha mala veio bem amassadinha presa à parte de trás da moto com uma cordinha de borracha.
Fomos por vários atalhos que eu não entendi nada na hora. Essa não era a estrada que tinha visto no Google Maps, mesmo usando as fotos de satélite. Depois soube que a rua principal está totalmente alagada em alguns trechos, precisando usar canoa pra passar. Enfim, Nadia tinha dito que isso ia levar 1 a 2 horas, mas acho que levou 3. Digo acho, porque realmente não olhei a hora exata em que chegamos. Minha posição estava desconfortável, segurando nas laterais da moto ou na mala, e tinha que ficar atento a mato que passava e podia cortar minha mão, eram trilhas bem estreitas às vezes, e também ficar atento aos buracos, quando eu levantava um pouco pra facilitar passar em velocidade. Durante a viagem toda, algumas moscas pousavam no cabelo do motorista, e eu tentava assustá-las com a mão (sem encostar), foi quando reparei que a moto não tinha retrovisores. Capacete nem pensar (Nadia trouxe o próprio dela, segundo ela exigência dos pais), marcador de velocidade, combustível e aceleração parados, e odômetro também parado em 481 km.
A moto que ia com papai ia bem devagar. Acho que o rapaz estava querendo poupar papai de se molhar nas poças, e achei isso bem legal da parte dele. Depois de 1 hora eu acho, eu ficava achando que toda hora estava chegando. E nada de chegar. Nas vilas mais afastadas, quando nos viam (os brancos) nas motos as crianças gritavam "NASARAAA" (quer dizer "branco" em árabe). Papai acenava pra todas as pessoas, mesmo sem elas acenarem primeiro. Eu só sorria. Tinha a desculpa de que estava me segurando pra não cair. Mas a verdade é que não sei se é uma coisa boa sair acenando assim. A maioria das pessoas acenava de volta pra papai, mas alguns homens só falavam alguma coisa em tom sério (talvez em arabe) sem acenar , então isso me preocupou um pouco. Mas, depois de algumas motos empacadas no caminho, chegamos a Béré. O hospital fica logo na entrada, num complexo fechado e vigiado.
Entramos e logo conheci o Charles, sua esposa Bernardine e o Carmeny, filho do casal. Também conhecemos o Dwayne, canadense que está aqui há 1 ano mas que vai em férias daqui a alguns dias, antes de 11/09.
Charles me mostrou o complexo hospitalar, a construção de um novo centro cirúrgico (enorme, com a proposta de ter residência medica filiada ao PACS), e fomos ver o Centro Cirúrgico atual. Que Deus abençoe a vida dele. Ele é de Camarões, e disse que ama a floresta do Congo (que existe lá). Fala bem inglês e francês.
No Centro Cirúrgico conheci Davi, um rapaz que ajuda lá, e vimos que estava tendo uma operação. Estavam Dra. Staci e o Enf. Adamou (não tenho certeza se está correto, talvez seja Abani). Segundo Davi era um caso de mulher pós-cesárea em que havia pus na barriga. Pedi pra perguntar se queria que eu entrasse. Eles já estavam acabando. Dra. Staci saiu de campo e nos apresentamos pessoalmente. Ela explicou que parecia pus ao ultrassom, queriam ter drenado percutâneo, mas não deu, então fizeram uma minilaparotomia. Por fim não era pus, só líquido claro.
O enf. Adamou (ou Abani) saiu e conversamos. Enquanto Staci parecia exausta, ele estava com todo o ânimo, bem simpático e com brincadeirinhas. Staci falou que eu podia conhecer os pacientes no domingo, num Grand Round pela manhã. Adamou (ou Abani) ofereceu mostrar hoje mesmo. Então fomos, e ele me apresentou alguns casos:
Infirmierie des Femme:
- osteomielite na perna direita. Tratamento difícil, crônico, com múltiplos antimicrobianos
- senhora com DM, glicose 108, abscesso drenado em algum lugar.
- paliative mastectomy for breast cancer (young lady).
Infirmiere des Enfant:
- bebê de 5 meses com abscesso drenado no tórax
- criança 7 anos lá fora (não vimos) com nefroblastoma ressecado. Em QT em NDJ, avaliando risco benefício pra não comprometer o rim que resta.
Infirmiere des Homme
- recent prostatectomy complicated with urinary infection, receiving blood (ptt in bed). This one also had a tumor in his leg (or it was another)
- recent prostatectomy with UTI (ptt laying in a carpet)
- volvulus resolved without need to resection
- rapaz with hematuria for 2 weeks maybe, who had to receive multiple bags of blood, but with no hematuria now
- homem com necrose removida em todo o MSE, avaliando skin graft.
- young man with machete lesion in hand, trying to save the limb after suture.
Isolamento Sepsis:
- "milagre adventista" woman with advanced neck lymphoma, who had the tumor resected and now can breathe.
Surgeries: 0
Patients seen: 11
Depois voltamos pra nossa casinha, tentei limpar o que deu e ao mesmo tempo fazer comida antes do por do sol. Queríamos fazer macarrão, mas não tinha sal nem tempero nem óleo, só o macarrão. Aí fui pagar Daria. Foi 6.000 a moto de casa um, e 5.000 o taxi de madrugada pra rodoviaria. Total 17.000. Paguei, peguei o troco e pedi um pouco de sal. Ela me levou até o mercado de emergência que existe na frente do hospital, onde eles vendiam coisinhas. Comprei sal, cebola e alho. O sal era grosso cheio de pedras grandes, a cebola bem mirradinha (50 francs ou 50 centavos de real, cada). Paguei 1000 francs e peguei 500 de troco. Encontrei Dra. Staci e falei que estou aqui pra ajudar. Sei das minhas limitações mas queremos dar o meu melhor. Papai estava do lado. Ela reforçou que eu provavelmente sou o cirurgião mais capacitado dessa parte do país, e que meu pai provavelmente é o anestesista mais capacitado de todo o país. O que pudermos fazer vai ser muito bom.
Daria, a esposa do Charles e o filho do Charles nos falaram do culto de pôr do sol que haveria na casa do Dwayne, às 19h.
Arrumamos um pouco as coisas na casa, fizemos o macarrão e fomos sem tomar banho mesmo. Chegamos 4 minutos atrasados, mas ainda não tinha começado. Percebemos que eles também não estavam esperando visitas essa hora, pois estavam no meio da janta. Até ofereceram comida, mas recusamos e fomos pra sala sentar no sofá. Estavam lá 2 filipinos, contadores auditores da igreja, e o casal Dwayne e a esposa. O filipino que fala mais se chama Archie. Eles estavam lá jantando, provavelmente tinham sido convidados pra jantar. Foram muitas histórias nesse culto. Fizemos uma boa interação com eles. Os filipinos vão ficar poucas semanas, e Dwayne viaja daqui 1 semana. Cantamos vários hinos, com a esposa do Dwayne (esqueci o nome dela, que também é Filipina) ao piano elétrico. Chegou o John, estudante de Medicina em LLU, que cresceu como TCK (pais missionários na China). Dra. Staci chegou e saiu algumas vezes mas ficou no final. Nenhum dos que nos chamaram apareceu. Dwayne gostou do jeito simples e das colocações do papai (simple life, it's all gonna burn). No final do culto, John disse que precisava sair porque morava fora do complexo então não podia ir tarde.
Estou percebendo que passei quase 1 hora e meia só escrevendo esse post, então preciso ver como vou enxugar nos próximos dias pra poder dar conta. Voltando a casa comemos o macarrão que tínhamos preparado, com alho, cebola e sal. Não temos óleo ainda. Estava bom, só um pouco sem sal. Deixa eu falar sobre a água daqui. A da torneira é de um poço bem fundo então segundo a Dra Staci é segura pra beber. Mesmo assim papai quis ferver pra fazer um leite quente. Quando olho a panela com agua fervendo parecia uma sopa escura e grossa. Mas papai só tinha botado água. Olhamos a água da torneira e era clara. Ficamos pensando que era sujeira do fundo da panela, mas como a panela é de ferro, e o fundo estava arranhado deixando o ferro à mostra abaixo de uma cobertura de cerâmica talvez, é possível que o ferro tenha saído da panela. Mais tarde vimos que isso acontecia mesmo com panela de alumínio e até com a água da minha garrafa quando ficava muito tempo parada, e com gosto de ferro. Deve ser água rica em ferro que oxida com o calor ou com o tempo, algo assim. Depois de 1 da manhã a Internet ficou boa e eu até consegui fazer uma videochamada com Yarin e Evinha, foi muito bom!
Saúde: bem. Fezes pastosas, sem diarreia, sem febre.
Planos pra amanhã: ir à igreja. Estar de prontidão em caso de emergências cirúrgicas.
Balanço de gastos.
Dos 20.000 + 5.000 + 2.000 + 1.000 + 500 que estavam comigo, gastei 20.000 com as passagens e taxis pagando Daria (era 17.000 precisa checar se ela deu o troco). E gastei 500 na compra dos itens de mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário