Faz muito tempo que não postamos! Muita coisa aconteceu. A ideia de criar esse blog era pra ir relatando as experiências que teríamos em Angola nesse ano, 2018. Sim, "teríamos". Vou explicar o que aconteceu.
Estávamos muito empolgados, tínhamos tido contato com pessoas de lá da Angola, já estava certo o apoio financeiro do AHI junto à Divisão Sul-Americana, fizemos o curso "Passaporte pra Missão" e terminamos tudo pelo Serviço Voluntário Adventista. Só faltava o visto para comprar as passagens e estaríamos partindo. Chegamos a relatar aqui no blog nossa primeira ida ao consulado Angolano. O tipo de visto que precisávamos não é o mais simples, mas um especial para pessoas que vão pra trabalhar em causa humanitária/religiosa por período de 1 ano, como era o nosso caso. Pra isso, precisávamos de uma carta da Igreja na Angola, que nos receberia. Essa carta precisava, antes de tudo, passar pelo ministério de relações exteriores da Angola pra podermos usar aqui. A obtenção dessa carta foi um dos passos mais demorados.
Como havia disponível para o Hospital do Bongo um aparelho de Ultrassonografia que não estava sendo usado, decidimos que eu devia fazer um curso básico de Ultrassonografia, de 30 dias, em Ribeirão Preto-SP. Então, em maio deste ano, fomos pra lá, enquanto aguardávamos a tal carta. Ela chegou, enfim, e fomos ao consulado em São Paulo, mas continha erros. Solicitamos a correção, voltamos ao consulado. Diga-se de passagem que a qualidade de atendimento que tivemos no consulado de Angola em SP foi das piores possíveis. À parte disso, não podíamos argumentar muito com o que tínhamos em mãos, porque o documento vindo da Angola estava realmente com detalhes mal escritos. Toda essa ida e vinda ao consulado nos custava hotel em São Paulo, combustível, e todos os custos do curso de USG, que não foi barato. Tinha saído da residência médica com a ideia de já começar a trabalhar na missão em seguida, portanto não tinha emprego, e nossa reserva foi se esgotando. Oramos muito a Deus a fim de saber se devíamos continuar tentando. O AHI até votou nos prestar auxílio financeiro enquanto esperávamos, mas não aceitamos receber dinheiro sem estar trabalhando. Voltamos tristes de SP para Campos-RJ, e comecei a dar plantões como clínico para nos sustentar. Aos poucos, fomos nos reerguendo financeiramente, alugamos um apto na cidade (até então estávamos na casa dos pais de Yarin) e fomos mobiliando. Após orar, sentimos que devíamos focar em subspecialização, e estou me preparando pra fazer provas de especialização em Cirurgia do Aparelho Digestivo. As provas serão em Novembro. Ore pra que seja feita a vontade de Deus. Deus é tão incrível que me deu de presente uma viagem de 2 semanas ao Níger, na África, no meio disso tudo (merecia um post só dessa missão). Fui em julho deste ano. Uma experiência incrível. Estamos no momento, crescendo como casal, como indivíduos e como profissionais. Yarin está trabalhando com costura, que ela ama, e eu estou aprendendo muito trabalhando com urgência e emergência clínica. Colocamos nossa vida nas mãos de Deus e Ele vai à frente. Por enquanto, estamos sendo missionários locais, servindo a comunidade ao nosso redor, aqui na cidade, no Brasil, e a nossa igreja local. O plano é voltar a pensar em missões transculturais assim que terminar a nova residência médica, mas quem pode dizer o que Deus tem preparado?
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Obs.: Aconteceu uma história interessante quando estávamos em Ribeirão Preto. Não havia hoteis disponíveis na primeira semana, porque estava ocorrendo um grande evento na cidade. O único lugar que encontramos vaga foi a Pousada do Sr. Ademir. Não era o que queríamos, mas foi onde pudemos reservar. Lá, Yarin ouviu a esposa do dono conversando sobre profecia e decidiu ajudar. Foi aí que estudamos a Bíblia com ela alguns dias. Ela ficou encantada com o que estava revelado nas profecias de Daniel e Apocalipse, o que para ela era muito confuso. Quando fomos embora, ela quis uma Bíblia Andrews, igual à nossa, e acabou comprando. O mesmo irmão colportor que vendeu a Bíblia, se comprometeu a voltar e fazer uma visita missionária para ela. Ficamos muito felizes com isso, e pensamos que se tudo o que aconteceu com a gente foi pra levar luz a essa única alma, então sentimos como se tudo tivesse valido à pena.
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